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Puns e arrotos têm mais ‘poder’ no aquecimento global do que se imaginava

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Quem diria hein? Que os Puns – ou peidos, traques, bufas, flátuos... É só escolher – teriam um efeito tão danoso assim sobre o meio ambiente e, consequentemente, sobre a vida, não é verdade?

O problema não é o ‘fenômeno’ em si mesmo, mas o grande volume... Já que, pelo menos em princípio, todos os seres, inclusive os humanos, também são ‘chegados’...

Ainda tem o ‘apoio’ dos arrotos, pode?

Pelo visto, em função dos nossos hábitos alimentares, sobretudo, a coisa fica de difícil solução, já que a tendência é o aumento no consumo dos derivados ‘deles’ – bois, porcos, ovelhas etc. – e não se vê movimentos por aí tentando reduzir significativamente, exceto os veganos e vegetarianos. Eu, por exemplo, me incluo na categoria.

              “Nós subestimamos grosseiramente o papel dos puns de bovinos no aquecimento global

Um novo estudo patrocinado pela NASA mostra que as emissões globais de metano produzidas pelo gado são 11% maiores do que as estimativas levantadas na última década. Como o metano é um gás de efeito estufa particularmente perigoso, a nova descoberta significa que será ainda mais difícil combater as mudanças climáticas do que parece.

Sabemos há bastante tempo que os gases de efeito estufa emitidos pelo gado, ovelhas e porcos contribuem significativamente para o aquecimento global, mas uma nova pesquisa, publicada no Carbon Balance and Management, mostra que a situação é pior do que pensávamos. Os números atualizados ​​de metano produzidos pelo gado em 2011 foram 11% maiores do que as estimativas levantadas em 2006 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) – informações que, agora, estão desatualizadas.

É difícil acreditar que os arrotos, puns e o cocô do gado possam ter qualquer tipo de efeito atmosférico global, mas isso é questão de escala e da natureza do próprio gás metano.

Muito e muito gado

Existem cerca de 1,5 bilhão de vacas e bois no planeta, cada um deles expulsando mais de 30 a 50 galões de metano por dia. Normalmente, pensamos que os puns sejam os maiores responsáveis pela emissão, mas os arrotos são, na verdade, a principal fonte de metano produzido pelo gado, representando 95% do problema dos gases com efeito estufa.

Isso é de fato grave e problemático. O metano é cerca de 30 vezes mais eficiente na captura do calor radiante do Sol do que o dióxido de carbono, em uma escala de tempo de cerca de um século. Pode haver mais CO2 na atmosfera do que o metano, mas, isoladamente, o metano é o gás de efeito estufa mais destrutivo.

Tanto a iniciativa de pesquisa do Sistema de Monitoramento de Carbono da NASA quanto o Instituto de Pesquisa de Mudanças Climáticas Globais (JGCRI) contribuíram para os resultados trazidos no estudo. A equipe de Wolf reavaliou os dados utilizados para produzir as estimativas de emissão de metano do IPCC 2006. As estimativas anteriores basearam-se em taxas relativamente modestas de aumento de metano, entre os anos 2000 e 2006. Depois, porém as coisas mudaram dramaticamente, aumentando dez vezes ao longo dos dez anos seguintes.

As novas estatísticas demonstram um aumento de 8,4% nas emissões de metano a partir da digestão (processo também conhecido como “fermentação entérica”) em vacas leiteiras e outros bovinos, e um aumento de 36,7% no metano emitido através do estrume, em comparação a estimativas anteriores do IPCC. O novo relatório mostra que o metano representou aproximadamente 16% das emissões globais de gases de efeito estufa em 2016. Outras atividades humanas, como a produção e transporte de gás, petróleo e carvão, junto à redução de nossos resíduos orgânicos, também contribuem para a emissão global de metano.

Aumento nas estimativas

É importante destacar que as novas estimativas são 15% mais altas do que as estimativas globais produzidas pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) e quatro por cento maiores do que dados trazidos pelo Emissions Database for Global Atmospheric Resear.

“Em muitas regiões do mundo, a pecuária está mudando e a criação resultou em animais maiores com uma taxa mais alta de ingestão de alimentos”, observou Wolf em um comunicado. “Isto, juntamente com as mudanças na gestão da pecuária, pode levar a maiores emissões de metano”. Sobre isso, ele acrescentou: “Medições diretas de emissões de metano não estão disponíveis em todas as fontes que liberam o gás. Assim, elas são relatadas com base em estimativas e diferentes métodos ou premissas. Neste estudo, estabelecemos novos marcos por animal – que são medidas da quantidade média de CH4 descarregada por eles na atmosfera – e novas estimativas das emissões globais de metano através do gado”.

Entre aumentos e reduções

A nova pesquisa mostra que as emissões de gás metano diminuíram nos EUA, no Canadá e na Europa, mas estão aumentando em outros lugares. Muito provavelmente, o restante do planeta está alcançando os padrões de primeiro mundo em termos de consumo de carne e lácteos.

“Nas regiões globais, houve uma variação notável nas tendências das emissões estimadas nas últimas décadas”, disse Ghassem Asrar, diretor da JGCRI e co-autor do novo estudo. “Por exemplo, descobrimos que as emissões totais de metano do gado aumentaram mais em regiões em rápido desenvolvimento situadas na Ásia, América Latina e África. Encontramos os maiores aumentos nas emissões anuais nos trópicos do norte, seguido pelos trópicos do sul”.

Não está claro à primeira vista como, ou mesmo se, esses números atualizados ​​afetarão a produção pecuária ou as políticas públicas. A nível individual, porém, as estimativas sugerem que devemos reduzir nosso consumo de carne e produtos lácteos. Nossa dominação sobre esses animais, ao que parece, agora nos cobra um alto preço. 

Por carolina goettenem, em hiperciência

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